sábado, agosto 04, 2007

Limpa-Chaminés


Muitas vezes parece que o diabo bate à nossa porta, mas é simplesmente o limpa-chaminés

Christian Hebbel


Caros amigos e leitores, aqui estou eu de novo, desenvolvimentos profissionais e actualizações académicas levaram-me a estar um pouco afastada do Angel Bar mas de forma alguma lhe fechei as portas. Este Bar é como que a menina dos olhos do meu mar, sim porque um dia quando eu for grande gostava de ser escritora… Em breve haverá por aqui nova música e um novo drink… Para ajudar estou com o pc avariado e lá terei mesmo de chamar o limpa-chaminés... Obrigada a todos.

sexta-feira, abril 27, 2007

Thinking Blogger Award

Foi com enorme prazer, que recebi do amigo Alex Gandum e da Marta, nomeações para Thinking Blogger Award.



Cabe-me agora a mim também indicar cinco dos blogs que me fazem pensar e os quais recomendo:


Alquimista - O Blog com o qual mais me identifico.

Fundamentalidades do Alex Gandum - Bom gosto, muita actualidade e um amigo.

Minha Página da Marta - Poesia de muita qualidade que espero ver em livro.

Estados Gerais do José Alberto Mostardinha - Actualidade, crítica, reflexão e humor.

Foto-Lumen do Om-Lumen - Reflexão e fotografia de muita qualidade.


Os escolhidos devem copiar o logotipo do Award e colocar na barra lateral do seu blog com o link para o próprio post. Depois é só escolher cinco blogs e fazer um post indicando-os.



Obrigada Alex e Marta.

terça-feira, março 27, 2007

À Prova de Bala


Ao meu afilhado Bruno Saudades, uma justiça acelerada... Já que como disse Jean Jacques Rousseau os homens dizem que a vida é curta, e eu vejo que eles se esforçam para a tornar assim.






a verdadeira justiça não permanece sentada diante da sua balança, a ver os pratos a oscilar

Romain Rolland


Tenho em mim todas as horas e mecânica do mundo. As horas do desespero de quem quer chegar a casa, àquela que custa os olhos da cara, ou ao trabalho, aquele que explora entre o campo e o império. Os tempos cronometrados de quem esta de férias e não pode prosseguir para os palácios em construções na areia. Os cabos de arranque de relíquias arcaicas e fora de moda. Os sinistros como pêndulos em relógios de cuco e de baixa cilindrada. As ambulâncias sem stop e os meninos que não puderam sobreviver. Trago comigo a ergonomia, a praticabilidade, a solidez, o design agradável, multi-eléctrodos que melhoram o rendimento e optimizam a performance, a garantia vitalícia. A 2ª Circular está tatuada na minha mão em algodão de lustro e os acidentes marcam em linha e lanternas de halogéneo a estrada longa de sete projécteis que não dormem porque tudo o que dorme é criança ao quadrado. Inspecciono as frenéticas avenidas. Levo comigo os pirilampos, e sou um pirilampo. Barras de reboque na pluralidade do universo, cabos de bateria na linha da vida, bomba anti-furo no passado morto e jerricans de aço ou plástico no sangue que simulou a minha vida.
Hoje pedi ao meu pai que me passasse a mão pela bala que espreita do braço, seis lágrimas rolaram tantas como as munições que em espírito e corpo me ficaram entranhadas pois a sétima entrou e saiu, tantas como os comprimidos que a minha asa e senhora toma para caminhar no meu sentido e das meninas que não são só pensamento. Quanto à cobra??? Não sei!!!!! Acho que lhe puseram uma pulseira electrónica e antes deram-lhe muitos meses para continuar a perseguir-me. Mas desassossego a cada milímetro, na tentativa, no chamamento oriundo do telefone móvel a solicitar um serviço a largas horas no tablier que a noite carrega de critérios simples. Amorteço a queda em boa suspensão, talvez, depois do S.O.S. oriundo dos Olivais, viatura apagada e de cobra, chave dentro, serviço de desempanagem completamente estudado e premeditado para um mecânico como eu. Esperava-me a arma de fogo a uns milímetros da traqueia. Lembro-me de cintilar um brinco polivalente em piso seco e molhado de cabeça em terra larga e marginal. Do sangue vou guardar as cartas de marear na dor e no corsário enfoque pirata e que me conduziu até à esquadra mais próxima. Pelos meus pés passeei a teimosa morte. Dancei com ela à boca de um rap que relaxa a verdade. Levaram-me o telefone para disfarçar e pensaram ficar ricos. Ricos de artigos em código penal ajustados. Ricos de vencidos às mãos da policia judiciária. E agora? Agora vou ser penalizado na próxima inspecção que o diabo me fizer: cor alterada, simplesmente o meu brilho é maior, aprendi que agir é a inteligência perfeita; deterioração do reflector, passei a reflectir a tempo inteiro os meus sonhos concretizados, a minha filha mais nova disse-me ontem que quando crescer quer ser como eu; mau funcionamento, os médicos suspiraram que o meu corpo expulsará as balas, há uma que até já quer ver a luz do dia, isto passa; mau posicionamento, a família fala em primeira voz; má fixação, centrei e fixei-me na moldura legal dos meus agressores, espero a concretização cega da justa medida... E de madrugada vou continuar a rebocar sonhos, muitos sonhos Avenida Gago Coutinho acima e embarca-los nos aviões céleres do aeroporto, para que voem e cresçam como anjos, mas não até aos anjos. Pois não deixei de brilhar. Porque eu, eu sou à prova de bala.




BAR

Hoje sirvo long drink Klass Cafe

Ingredientes :
Vodka
Pisang ambom
Batida de coco

Preparação:
junta-se pela sequência
1/2copo de vodka
1/4copo de pisang ambom
1/4copo de batida de coco


E a leitura da Fábula do Pirilampo e da Cobra:

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada.
No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Sinto-me como se estivesse em jejum

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A razão porque os fantasmas abandonaram os velhos castelos da Escócia é porque as pessoas deixaram de acreditar neles

Gilbert Chesterton



Disse-me um passarinho que vens de estrada desmentida, após Santiago de Compostela, e que enquanto não chegares não vais descansar. Paras apenas no bar dos caminhantes e Templários de outrora. Mastigas um bocadillo de qualquer coisa e disparas em cartucho um Cristo cigano. No semblante trazes a Arca da Aliança e os seus poderes mágicos que respiram num incensário fatídico onde o teu dragão queima a espada de S. Jorge. Escalaste a intempérie, salvaste a fera porque não te lembras nunca de ter sonhado. A fera disse que queria ser como tu, tal e qual um filho fiel e passou a perseguir-te em adoração terrena. Cheira-me aos teus deslavados adeus, aos pensamentos de ligas e meias de renda em delírios azuis contrastando com o negro que te ficou das ruas. Na minha mesa-de-cabeceira reina a tesoura aberta para cortar os sonhos maus e a imensidão da princesa que sonhei ser para que o teu dragão me resgatasse. As lendas saltam os santos como se o caminho te despoja-se de Monsanto e da marginalidade que te feriu o ego e as ausências de um mimo. Fere-me a saudade em ponta de faca e proa de homem livre que nunca se deixou apanhar. Vieste dum hórreo* exclusivo de pedra e guardador de cereais do melhor exemplo que se encontra na costa atlântica. Lá guardaste os 40 papo-secos onde miúdos como tu matavam a fome com um pacote de margarina Vaqueiro que era mais barato. Lembras a mal cheirosa gataria da vizinha, o desvelo, o desmembramento do puzzle de menino que eras. Fugiste mas nem isso te deixou sozinho, onde passaste ficaram os teus desejos contrafeitos. O furto ou o rapto do Requiem sublime de alimentações que matavam a fome aos teus. Não sonhavas ser Doutor como qualquer menino, juntavas apenas pedras do imenso caminho. Juntava-las nas costas e ias escondê-las para lá da gótica Puente de la Rabia que segundo reza a lenda espanta os cães raivosos. Ali nunca te enfeitiçou as relíquias de Santa Quitéria, isso deixaste para os Vikings mais atrevidos que marejavam no caminho e surgiam do rio Ulla. Hoje construiste um castelo como o de Ponferrada, creio, dele expulsaste o arcanjo da caminhada, mandaste-o fumar uns cigarros de barbas de milho que só os teus fantasmas fumam. Cedeste-o a outro caminhante. Sentas-te, como sempre no chão, era assim que espantavas “o querer ter e não ter” nas saídas de ar quente do metro e nos consílios dos deuses de fachada e senhores. A estes nunca lhes lavaste os pés, arranjavas-lhes os motores dos topos de gama aos quais as Finanças tapam os olhos tal e qual a representação da Justiça. Há que seguir os bons exemplos... Observas os crimes do Padre Amaro e és capaz de os detectar à distância. Crimes soft que os grandes, em sofá de ouro, comandam. Aqueles que depois também dizem “Não” à despenalização do aborto, para de seguida afogarem as mulheres, em fato Chanel, nas chiques clínicas de Espanha. Chamas-lhes cães raivosos que querem os castelos em bandeja de prata sem nunca saberem o quanto pesa uma pedra. Deixas para trás os “tiraboleiros”** que manejam com perspicácia o fumo e os incensos e lembraste do Sr. Comandante, ai duma corporação qualquer, que ficou com metade das horas ganhas por um bombeiro paraplégico a título de contribuição... Que eu saiba contribuímos
com aquilo que queremos. É por isso que olho o futuro e sinto-me sempre como se estivesse em jejum. Um jejum pertinente. Derramo o meu recipiente em espírito e conhecimento. E espero-te para que me leves a Compostela, que me perdoe o santo mas vou sem nada no estômago. Por aqui os lugares são para outros santinhos. Resta-me a ânsia de partir. Pedi-te que me ensinasses a alinhar pedras e por isso vens de S.Cristovão a tiracolo porque no fundo, no fundo o criminoso volta sempre ao local do crime. No espelho esse valor que não sabes dar a ninguém só ao motor que te exalta. Vens porque há uma pedra que só eu conheço - disse-me um passarinho ai pelas 4 da madrugada. Sim a essa hora! A hora a que os passarinhos cantam aqui pelo Alentejo.




*São em sua maioria excelentes obras de cantaria que unem fortaleza e beleza. A razão de ser dos hórreos é a de guardar a colheita em lugar ventilado para permitir a secagem de alguns produtos agrícolas.

** A origem da palavra “tiraboleiro”, está vinculada ao latim “thuribulum” que significa “lançador de fumo”. Homens que manuseam o incensário.




LINKS

  • Caminho de Santiago de Compostela



  • BAR

    Hoje sirvo Champanhe Sidecar

    Ingredientes :
    1/2 de conhaque
    1/4 de triplo seco
    1/4 de sumo de limão
    Champanhe

    Preparação:
    Misturar os ingredientes num shaker,gelar, deitar num copo de champanhe e completar com champanhe.

    domingo, janeiro 14, 2007

    Monstros Electrónicos

    Photobucket
    Se me amas
    Se me queres
    Não procures aquilo que
    Não há em mim


    Tim



    Hoje é em balde de champanhe prata a soar o Ring Ding do telefone móvel que a convenço a surripiar essa sua vontade autenticada de sair com o Anjo, que em tela, lhe promete pastilhas Gorila e rebuçados. Menina dos Fósforos, menina de fogo a quem já baralhei o intelecto e as boas acções pois sou bombeiro e quero a sua mão. Mas tenho fé, ela já consegue ver tudo o que eu vejo, sentir tudo o que eu sinto, até gosta de Simply Red e consome Live in London. Afinal outro artista, o Gandhi, suspirava: a força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável. Eu convenço até o Papa a votar SIM e a esquecer-se dessa comparação macabra do aborto ao terrorismo que é o mesmo que “comparar um cú dum burro com a feira de Castro” bem vincado por um comentarista de rádio. Moët & Chandon para as badaladas palavras em copo de shot engodado à porta do teatro inglês na Estrela. A peça Seven Reaseans Why. Sorvo verbos e antevejo as razões. Preferir, escolher, gostar, desejar, apreciar, dislumbrar e desaparecer. Consagrada encontra-se a promessa de a ouvir ler as mais belas e líricas histórias mastigando umas pretas Oreo no sofá. E fui eu a propôr. Ela ficou maravilhada. No shaker 1001 sms de beijinhos e estrelinhas. Espreita-me o jejum mental de amor. Não me venham cá com os homens das cantigas do Carreira que sofrem por paixão que isso é o mesmo que ir aos perdidos e achados dos transportes públicos à procura da dentadura, ter que experimentar uma e descobrir que não é aquela. Bahhh. Dispo-me lânguido e ansioso, tenho que apagar um fogo, este compasso de espera e o surto até que a morte nos separe. Na verdade vamos só passar umas horas na roda gigante do amor e depois: levanta-te, veste-te que eu tenho muitas coisas para fazer. Hi5, Orkut, Facebox, Zorpia, comboios de sonhos onde já estou moldado e sou um príncipe, um médico, um engenheiro, um advogado, um escritor ou até um eu mesmo, na minha dupla personalidade, para parecer entrar numa relação perfeita. De seguida Personal Computer, conversas à velocidade contratada, um telefonema e a voz. O isco mordaz no amor à primeira vista como se isso pescasse alguma coisa. Não estou armado, és a mais bela, entra no meu carro e vamos fazer o Lisboa Dakar. E já está... Com a Menina do Mar foi a mesma coisa, servi-lhe um long drink de mimos importados da China, prometi crianças, palhaços e corri a pôr um adesivo para deixar de fumar. Não, desculpem, aqui colas só para deixar de amar. E filhos, ela que vá ao banco de esperma de génios. Não mordo berços, nem ensaio birras de putos. Mas isso não se diz. Convencia-a de que a distância era comestível. Um gajo sem estudos, mas duma crónica que escala montanhas. Precursor de vida até ao topo. No fundo, no fundo não tenho pastilhas Gorila, só umas Pirata tiradas do baú da avozinha lá das Caraíbas. A Menina disse que morreu, mas afinal, e bem vistas as coisas, foi apenas um sonho mau e sonhar com morte significa saúde. Tudo passa. E eu... Eu tenho um charme irresistível, sou um rebelde, mas tenho uma causa, é aliciar, provocar, seduzir e pecar. Olhar para a balança e ficar desesperado, mhm, mhm... Amanhã volto a comer fruta. Pois só penso limão e falo laranja.




    NOTAS

    Após esta reflexão, e não fugindo ao tema principal que me traz aqui hoje, respondo ao desafio que a Marta do Minha Página me dirigiu em comentário no post anterior e aqui.



    BAR

    Hoje sirvo um shot After Eight

    Ingredientes:
    - Chocolate preto
    - Licor de Menta
    - Vodka

    Preparação:
    Num copo de shot introduza, até meio, licor de menta, depois, quase até cima, vodka. Entretanto derreta 2 quadrados de chocolate de culinária e verta até encher o copo.